Commandos: Origins é a mais recente adição à franquia Commandos, desenvolvida pela Claymore Game Studios e publicada pela Kalypso Media. Este jogo marca o retorno da série após quase duas décadas desde o último título original, Commandos: Strike Force, lançado em 2006. Ele foi projetado como uma espécie de “reboot”, voltando às raízes da série com foco em táticas em tempo real e stealth, mas com uma abordagem modernizada para atrair tanto os fãs antigos quanto uma nova geração de jogadores.
Detalhes do Jogo
- História e Ambientação: O jogo é um prequel, explorando as origens da unidade de elite Commandos. Ele mostra como os membros icônicos, como Jack O’Hara (o Boina Verde) e seus companheiros, se conheceram e formaram o grupo que se tornaria lendário durante a Segunda Guerra Mundial. As missões se passam em cenários históricos variados, como o Ártico, o deserto africano, a costa oeste da Europa e o front oriental, refletindo os primeiros momentos da luta contra a ocupação nazista.
- Jogabilidade:
- O jogo mantém o estilo clássico de tática em tempo real com visão isométrica, onde você controla um esquadrão de até seis personagens, cada um com habilidades únicas: o Boina Verde (Jack O’Hara), o Sapador (Thomas Hancock), o Atirador (Francis T. Woolridge), o Motorista (Samuel Brooklyn), o Fuzileiro (James Blackwood) e o Espião (Rene Duchamp).
- Há mais de 10 missões principais, com objetivos variados que exigem planejamento estratégico, como sabotagem, resgates e ataques furtivos. Além disso, há objetivos secundários que adicionam profundidade às missões.
- Uma novidade é a inclusão de opções de combate não letal, permitindo que os jogadores nocauteiem inimigos temporariamente, o que adiciona uma camada extra de estratégia.
- O sistema de inventário foi modernizado: em vez de um sistema tradicional de mochila, os itens (como munição e kits de primeiros socorros) são coletados diretamente e usados via habilidades dos personagens, simplificando a gestão de recursos.
- O jogo também oferece suporte a multiplayer cooperativo para dois jogadores, tanto online quanto em tela dividida local.
- Gráficos e Interface:
- Commandos: Origins apresenta gráficos atualizados em 3D com ambientes detalhados e interativos, permitindo múltiplas abordagens para completar objetivos (escalada, condução de veículos, furtividade, etc.).
- A interface foi modernizada com controles mais intuitivos e opções de personalização de teclas (para PC), atendendo a feedbacks de betas fechadas e demos.
- Edições e Plataformas:
- O jogo foi lançado digitalmente em 9 de abril de 2025 para PC, Xbox Series X|S e PlayStation 5, com uma versão física programada para 22 de maio de 2025. Versões para Xbox One e PlayStation 4 estão previstas para o final de 2025.
- Está disponível no Xbox Game Pass desde o lançamento.
- Há uma Edição Deluxe que inclui skins baseadas em Commandos 2: Men of Courage, um calendário digital, a trilha sonora original (com 15 faixas sinfônicas) e um modelo 3D para impressão do Boina Verde.
- Recepção Inicial:
- Posts no X indicam que o jogo foi bem recebido por alguns fãs, com elogios ao retorno ao espírito clássico da série, mas há críticas quanto à estabilidade, com relatos de bugs e problemas de desempenho. Um usuário mencionou um patch de 6 GB lançado logo após o lançamento, o que sugere que a desenvolvedora está trabalhando para corrigir problemas iniciais.
- Um review mencionado no X (da Hobby Consolas) descreveu o jogo como “fiel, mas instável”, apontando que, apesar de capturar a essência da série, a execução técnica deixa a desejar em alguns momentos.

Contexto e Expectativas
Commandos: Origins foi anunciado em 2020, quando a Kalypso Media, que adquiriu os direitos da série após o fechamento da Pyro Studios, prometeu um novo jogo. A Claymore Game Studios foi criada especificamente para trabalhar nesse projeto, e o desenvolvimento enfrentou desafios, como a necessidade de balancear a nostalgia dos fãs com mecânicas modernas. A trilha sonora, composta pela Dynamedion, busca trazer uma nova identidade ao jogo, embora alguns fãs tenham pedido o retorno do compositor original, Mateo Pascual.
Artigo: A História dos Jogos Antigos da Franquia Commandos
A franquia Commandos é um marco no gênero de tática em tempo real com foco em stealth, tendo definido um subgênero que ficou conhecido como “Commandos-likes”. Desenvolvida originalmente pela espanhola Pyro Studios e publicada pela Eidos Interactive, a série foi lançada entre 1998 e 2006, conquistando milhões de fãs com sua jogabilidade desafiadora e ambientação histórica na Segunda Guerra Mundial. Abaixo, um artigo detalhando os jogos antigos da franquia.
Commandos: Uma Jornada Tática pela Segunda Guerra Mundial
A série Commandos nasceu em 1998, em um momento em que os jogos de estratégia tática eram dominados por títulos baseados em turnos, como Jagged Alliance. A Pyro Studios, liderada por Gonzalo Suárez e Ignacio Pérez Dolset, trouxe uma abordagem inovadora ao gênero com Commandos: Behind Enemy Lines, introduzindo a tática em tempo real com ênfase em furtividade. A série se destacou por sua dificuldade elevada, missões baseadas em eventos históricos da Segunda Guerra Mundial e a necessidade de combinar as habilidades únicas de cada personagem para superar desafios.
Commandos: Behind Enemy Lines (1998)
Lançado em 1 de julho de 1998, Commandos: Behind Enemy Lines (CBEL) foi o primeiro jogo da série e um sucesso instantâneo. O jogo coloca o jogador no comando de um pequeno esquadrão de soldados aliados, cada um com habilidades específicas, como o Boina Verde (especialista em combate corpo a corpo), o Atirador, o Mergulhador, o Sapador, o Espião e o Motorista. Com 20 missões ambientadas em locais como Noruega, Norte da África e França, o objetivo era realizar operações de sabotagem, assassinatos e resgates atrás das linhas inimigas.
A jogabilidade isométrica exigia planejamento meticuloso: os inimigos tinham cones de visão que podiam detectar os commandos, e qualquer erro, como ser visto ou deixar um corpo à vista, podia disparar alarmes e dificultar a missão. O jogo foi um sucesso comercial, vendendo mais de 1,5 milhão de cópias até 2000 e recebendo prêmios como o “Gold” no festival Milia de 1999 por faturar mais de 16 milhões de euros na União Europeia em 1998. Na Espanha, foi considerado o maior sucesso da história dos jogos espanhóis até 2001.
Commandos: Beyond the Call of Duty (1999)
Lançado em 31 de março de 1999, Commandos: Beyond the Call of Duty foi uma expansão standalone para o primeiro jogo, trazendo 8 novas missões em locais como Iugoslávia e Creta. Apesar de mais curto, o jogo aumentou significativamente a dificuldade, com mapas maiores e novos desafios, como a presença de agentes da Gestapo e animais selvagens. Novas mecânicas foram introduzidas, como a habilidade de nocautear inimigos, usar distrações (como pedras e maços de cigarro) e a possibilidade de o Espião roubar uniformes no local. O jogo foi bem recebido, embora tenha obtido críticas ligeiramente menos favoráveis que o original, segundo o agregador GameRankings.
Commandos 2: Men of Courage (2001)
Commandos 2: Men of Courage, lançado em 20 de setembro de 2001, é frequentemente considerado o auge da série. Foi o primeiro jogo da franquia a usar um motor 3D, permitindo ambientes mais interativos, como a possibilidade de entrar em prédios, nadar e usar armas inimigas. O esquadrão foi expandido com novos personagens, como o ladrão Paul “Lupin” Toledo, a sedutora Natasha “Lips” Nikochevski e o cão Whiskey. As missões, inspiradas em filmes de guerra como O Grande Ditador e A Ponte do Rio Kwai, se passavam em locais como Burma e o Pacífico.
O jogo foi elogiado por sua profundidade tática e gráficos melhorados, recebendo o título de melhor jogo de estratégia de 2001-2002 pela GameLive PC. No entanto, as versões para consoles (PlayStation 2 e Xbox) receberam críticas por controles menos precisos. Uma versão remasterizada, Commandos 2 – HD Remaster, foi lançada em 2020, mas enfrentou críticas por bugs e censura de símbolos nazistas, o que gerou controvérsia entre os fãs.
Commandos 3: Destination Berlin (2003)

Lançado em outubro de 2003, Commandos 3: Destination Berlin continuou a evolução da série, mas foi criticado por missões mais curtas e pela falta de teclas de atalho, o que dificultava a jogabilidade. O jogo manteve o motor 3D de seu antecessor e introduziu a possibilidade de girar a câmera com a roda do mouse, uma novidade na série. As missões se passavam em frentes como Stalingrado, Europa Central e Normandia. Apesar das críticas, o jogo ainda foi apreciado por fãs do gênero. Uma versão remasterizada, Commandos 3 – HD Remaster, saiu em 2022, mas, como o remaster anterior, enfrentou problemas técnicos.
Commandos: Strike Force (2006)
Commandos: Strike Force, lançado no início de 2006, marcou uma mudança radical na série. Abandonando a visão isométrica e a jogabilidade tática, o jogo adotou uma perspectiva em primeira pessoa, semelhante a shooters como Medal of Honor e Call of Duty. O esquadrão foi reduzido a três membros (Boina Verde, Atirador e Espião), e o foco passou a ser mais em ação do que em furtividade. A mudança foi mal recebida pelos fãs, que viam o jogo como uma traição ao legado da série, e as críticas foram majoritariamente negativas. Este foi o último jogo original da Pyro Studios antes de seu fechamento em 2017.
Legado dos Jogos Antigos
A série Commandos vendeu mais de 3,3 milhões de cópias e gerou 41 milhões de dólares em receita até 2006, consolidando-se como um clássico cult. Ela inspirou outros jogos do gênero, como Desperados (2001), que adaptou a fórmula para o Velho Oeste. No entanto, a decisão de censurar símbolos nazistas nas versões alemãs (substituindo-os por símbolos genéricos e atenuando a violência) foi controversa, especialmente porque, a partir de 2018, a agência de classificação alemã (USK) passou a permitir tais símbolos em jogos quando usados em contexto histórico.
Após o fechamento da Pyro Studios, a Kalypso Media adquiriu os direitos da série em 2018, lançando remasters e, agora, Commandos: Origins. Apesar das críticas aos remasters, a franquia continua a ser lembrada como um marco na história dos jogos de estratégia tática, com uma base de fãs apaixonada que celebra sua dificuldade e profundidade.