Marathon: O Novo Jogo da Bungie, muitas expectativas e muitas incertezas desde Halo até hoje

A Bungie, uma das desenvolvedoras mais icônicas da indústria de games, está de volta com Marathon, um reboot de sua franquia clássica que promete revolucionar o gênero de tiro em primeira pessoa (FPS). Conhecida por criar universos imersivos como Halo e Destiny, a Bungie carrega uma história rica, marcada por inovações, parcerias e transformações. Neste artigo, exploramos a trajetória da Bungie, seus jogos lendários, o impacto da aquisição pela Microsoft e o que esperar do futuro de Marathon.


A História da Bungie: Pioneirismo nos Games

Fundada em 1991 por Alex Seropian e Jason Jones em Chicago, a Bungie começou como uma pequena desenvolvedora focada em jogos para Macintosh. Desde o início, a empresa se destacou por narrativas profundas e mecânicas inovadoras, conquistando uma base fiel de fãs.

Antes de se tornar sinônimo de Halo, a Bungie lançou títulos que moldaram sua identidade:

  • Gnop! (1990): Um clone de Pong distribuído gratuitamente, marcando o início humilde da empresa.
  • Pathways Into Darkness (1993): Um FPS com elementos de RPG, pioneiro em narrativas complexas.
  • Marathon Trilogy (1994-1996): Uma série de FPS para Mac que introduziu conceitos como mouselook e histórias contadas por terminais in-game. Ambientada na colônia Tau Ceti IV, a trilogia explorava inteligências artificiais descontroladas (rampancy) e conflitos interestelares.

A trilogia Marathon estabeleceu a Bungie como uma força criativa, com uma comunidade ativa que criava mods e mapas personalizados.


Expansão Criativa: Myth e Oni

No final dos anos 1990, a Bungie diversificou seu portfólio:

  • Myth: The Fallen Lords (1997): Um jogo de estratégia tática que trocou coleta de recursos por gerenciamento de unidades, ganhando prêmios e uma base de fãs.
  • Oni (2001): Desenvolvido pela Bungie West, esse jogo de ação misturava combate corpo a corpo e tiroteios, mas teve recepção mista devido a expectativas altas.

Esses projetos mostraram a versatilidade da Bungie, mas foi com Halo que ela alcançou o estrelato global.


Halo: O Jogo que Redefiniu o FPS

Anunciado em 1999 na Macworld Expo por Steve Jobs, Halo: Combat Evolved começou como um shooter em terceira pessoa para Mac e PC. Tudo mudou em 2000, quando a Microsoft adquiriu a Bungie, transformando Halo em um FPS exclusivo para o Xbox.

Impacto de Halo: Combat Evolved

Lançado em 2001, Halo foi um divisor de águas:

  • Jogabilidade: Introduziu controles fluidos para FPS em consoles, com mira precisa e mecânicas como granadas e combate corpo a corpo integrados.
  • Narrativa: A história do super-soldado Master Chief enfrentando os Covenant em um anel espacial (Halo) cativou jogadores com mistérios e reviravoltas.
  • Multiplayer: Popularizou partidas em tela dividida e LAN, pavimentando o caminho para o Xbox Live.

Halo vendeu milhões de cópias, tornando-se o “killer app” do Xbox e gerando uma franquia bilionária com livros, animações e, mais tarde, uma série de TV.


A Era Halo na Bungie

A Bungie lançou várias sequências, cada uma elevando o padrão:

  • Halo 2 (2004): Refinou o multiplayer online via Xbox Live e expandiu a narrativa com perspectivas dos Covenant.
  • Halo 3 (2007): Um fenômeno cultural, com campanhas cooperativas e ferramentas como o modo Forge para criação de mapas.
  • Halo 3: ODST (2009): Uma história mais intimista, focada em soldados comuns.
  • Halo: Reach (2010): Um prequel trágico que encerrou a parceria com a Microsoft, com personalização profunda e um final memorável.

Após Halo: Reach, a Bungie passou os direitos da franquia para a 343 Industries, mantida pela Microsoft, para buscar novos horizontes.


Destiny: A Nova Fronteira da Bungie

Em 2010, a Bungie assinou um contrato de dez anos com a Activision para criar Destiny, um FPS com elementos de MMO. O jogo marcou uma evolução na visão da empresa, focando em experiências online persistentes.

Destiny 1: Um Começo Ambicioso

Lançado em 2014, Destiny trouxe inovações, mas enfrentou desafios:

  • Mundo Compartilhado: Jogadores exploravam planetas como Guardiões, protegendo a Terra contra ameaças alienígenas.
  • Cooperativo: Raids exigiam coordenação entre equipes, um marco em jogos de console.
  • Críticas Iniciais: A narrativa fragmentada e a repetitividade geraram divisões, mas expansões como The Taken King (2015) corrigiram falhas, refinando a história e a progressão.

Destiny construiu uma comunidade leal, apesar dos altos e baixos, e preparou o terreno para sua sequência.


Destiny 2: Refinando a Fórmula

Destiny 2 (2017) buscou acessibilidade e polimento:

  • Campanha: Uma história mais clara, com a invasão da Cidade por Dominus Ghaul.
  • Expansões: Forsaken (2018) e Shadowkeep (2019) aprofundaram a narrativa e introduziram mecânicas como temporadas.
  • Modelo de Serviço: Após a separação da Activision em 2019, a Bungie assumiu a publicação, adotando um modelo free-to-play com expansões pagas.

Apesar do sucesso, Destiny 2 enfrentou críticas por quedas de engajamento e microtransações. A expansão The Final Shape (2024) concluiu a saga inicial, mas o jogo sofreu com uma queda de 45% na receita em 2023, refletindo desafios para manter a base de jogadores.


A Aquisição pela Microsoft: Um Marco Conturbado

Em 2000, a Bungie foi adquirida pela Microsoft por um valor estimado entre 20 e 40 milhões de dólares, uma decisão estratégica para lançar o Xbox.

Por que a Microsoft Comprou a Bungie?

  • Exclusividade: Halo era visto como o título que poderia competir com a PlayStation 2.
  • Estabilidade: A Bungie precisava de recursos para finalizar Halo e viu na Microsoft uma parceira com visão para games.
  • Impacto: A aquisição transformou a Bungie em um estúdio de ponta, mas limitou sua liberdade criativa.

A Separação em 2007

Após Halo 3, a Bungie buscou independência:

  • Motivação: A empresa queria criar novas IPs, enquanto a Microsoft a via como uma “fábrica de Halo”.
  • Acordo: Em 2007, a Bungie tornou-se independente, mas comprometeu-se a entregar mais jogos Halo (ODST e Reach). A Microsoft reteve os direitos da franquia.
  • Legado: A parceria elevou a Bungie ao topo da indústria, mas a separação permitiu que ela explorasse Destiny.

Em 2022, a Sony adquiriu a Bungie por 3,6 bilhões de dólares, reforçando sua estratégia de jogos como serviço. Apesar disso, a Bungie mantém independência criativa e compromisso com lançamentos multiplataforma.


O Futuro de Marathon: Um Retorno às Raízes

Anunciado em 2023, o novo Marathon é um reboot da trilogia original, reimaginado como um shooter de extração PvP. Após anos focada em Destiny, a Bungie aposta em um projeto ambicioso para recuperar sua glória.

O que é Marathon?

Situado em Tau Ceti IV, o jogo coloca jogadores como Runners, mercenários cibernéticos competindo por recursos:

  • Gênero: Um FPS focado em extração, onde equipes de três enfrentam outros jogadores e inimigos controlados por IA.
  • Mundo: Zonas dinâmicas que evoluem com as ações dos jogadores, sem campanha single-player tradicional.
  • Multiplataforma: Confirmado para PS5, Xbox Series X/S e PC, com suporte a cross-play e cross-save.

Um showcase de gameplay está marcado para 23 de abril de 2025, com data de lançamento prevista para 23 de setembro de 2025, a um preço estimado de 40 dólares.


Desafios e Expectativas

O desenvolvimento de Marathon enfrenta obstáculos:

  • Atrasos: Originalmente planejado para 2024, o jogo foi adiado para 2025 devido a dificuldades internas, incluindo demissões de 100 funcionários em 2023 e 220 em 2024.
  • Pressão Financeira: Após a queda na receita de Destiny 2, a Bungie precisa que Marathon seja um sucesso para justificar os investimentos da Sony.
  • Concorrência: O gênero de extração é competitivo, com jogos como Escape from Tarkov e Hunt: Showdown dominando o mercado.

Apesar disso, há otimismo:

  • Legado: A Bungie tem experiência em criar FPS inovadores, e Marathon pode trazer sua “mágica” característica.
  • Comunidade: Testes externos estão em andamento, sugerindo progresso.
  • Inovação: A promessa de um mundo persistente e narrativas emergentes pode atrair jogadores cansados de fórmulas repetitivas.

O Papel da Sony

A aquisição pela Sony dá à Bungie recursos para expandir Marathon além do jogo, com planos para uma possível adaptação multimídia, como a série de Halo. A Sony também espera que a Bungie lidere seus projetos de jogos como serviço, aumentando a pressão por resultados.

Por que Marathon Importa?

Marathon não é apenas um retorno às origens da Bungie, mas uma chance de redefinir seu futuro. Após os altos e baixos de Destiny 2 e as mudanças corporativas, o jogo representa uma aposta ousada em inovação e comunidade. Se bem-sucedido, pode solidificar a Bungie como uma força criativa por mais décadas.

Conexões com o Passado

Os fãs de Halo e Destiny encontrarão ecos familiares:

  • Temática: A IA rampante e conflitos em Tau Ceti IV remetem à trilogia original e à mitologia da Bungie.
  • Número Sete: Um motivo recorrente nos jogos da Bungie, presente em Marathon, Halo e Destiny, deve aparecer no reboot.
  • Narrativa: Como em Destiny, a história pode se desdobrar por ações dos jogadores, criando um universo vivo.

Conclusão: Uma Nova Era para a Bungie

Desde seus dias de Marathon no Macintosh até a criação de fenômenos como Halo e Destiny, a Bungie sempre desafiou convenções. Com o novo Marathon, previsto para lançar em 23 de setembro de 2025, a desenvolvedora busca recapturar sua essência enquanto abraça o futuro. Apesar dos desafios, a combinação de talento, história e apoio da Sony posiciona Marathon como um dos jogos mais aguardados de 2025. Fique de olho no showcase de abril para ver como a Bungie planeja nos surpreender novamente.


Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias